A demência é um das maiores causas de morbidade entre idosos e sua prevalência no Brasil esta entre 5% a 50%, dependendo da faixa etária estudada. A Doença de Alzheimer é a causa mais comum de demência no idoso, afetando pelo menos 5% dos indivíduos com mais de 65 anos, e 20% daqueles com mais de 80 anos. Em todo mundo, o número de pessoas com 60 anos ou mais esta crescendo rapidamente do que qualquer outra faixa etária. O Brasil, até 2025 será o sexto país em número de idoso. (World Health Organization-Who, 2005).
Considerando esta nova realidade, podemos contar com algumas intervenções que possam auxiliar na melhoria da qualidade de vida de pacientes e cuidadores não sendo farmacológicos, entre elas destaca-se a Estimulação Cognitiva, um componente essencial no cuidado ao idoso, que tem como intuito amenizar ou sanar dificuldades cognitivas, dependendo do grau de comprometimento que o individuo apresentar. A estimulação cognitiva consiste em oferecer atividades e estratégias de intervenção neuropsicológicas destinadas a reforçar a neuroplasticidade da pessoa estimulando a área preservada do cérebro, atuando diretamente nas funções cognitivas, tal como, atenção, memória, linguagem, percepção, função executiva entre outras, estes atributos permite que o ser compreenda e relaciona-se com o mundo e seus elementos, seguindo vários protocolos pré-estabelecidos, elaborados para atender pacientes com demandas similares, de forma individual ou de grupo fortalecendo as habilidades funcionais e cognitivas.
O declínio cognitivo leve é considerado um estado intermediário entre o envelhecimento cognitivo normal e a demência. Estudos sugerem que a estimulação cognitiva se associa a uma diminuição de risco de declínio cognitivo melhorando a autonomia dos idosos, aumentando a proteção contra o aparecimento de demência. Os idosos com comprometimento cognitivo leve podem ser os maiores beneficiados com a estimulação cognitiva, com o objetivo de manter as funções cognitivas preservadas e compensar as alterações nas funções que começaram a sofrer declínio, vale ressaltar a importância de iniciar o quanto antes o tratamento para que estes benefícios possam ser notados pelos pacientes e familiares. Já o idoso com doença de Alzheimer aproveita melhor os benefícios da estimulação entre as fases iniciais da doença e moderada, nas etapas mais avançadas da doença, ainda obtemos benefícios de forma diferenciada, onde o foco principal dos estímulos é direcionado para as interações sociais e resgate a sua história de vida.
É importante neste processo todo contar com o suporte familiar. Oferecer aos familiares instruções, assim como ouvir suas queixas, pois compõe o senário do tratamento. Cuidadores bem orientados e estruturados emocionalmente tem mais possibilidade de dar continuidade ao uso das técnicas de estimulação, contribuindo de forma eficaz para melhoria da qualidade de vida do idoso… Este assunto será detalhado em uma nova matéria que daremos continuidade em nossas redes sociais.