O estudo das relações cérebro-comportamento definiu, portanto, o campo da neuropsicologia, e as descobertas e descrições providas por essa abordagem foram validadas pelos métodos de investigação estrutural e funcional nas três últimas décadas (Taylor, 1969). Um processo de avaliação neuropsicológica tem como alvo a caracterização do funcionamento cognitivo do paciente, a avaliação não mais concentra seu interesse na localização do trauma, mas no estabelecimento da extensão, do impacto e das consequências cognitivas, comportamentais e na adaptação emocional e social que lesões ou disfunções cerebrais podem promover nas pessoas. O termo teste (avaliação) é geralmente utilizado para se referir a um instrumento padronizado quanto à aplicação, registro, a pontuação e as diretrizes gerais de interpretação, vale a pena salientar que não existe um único instrumento neuropsicológico padronizado autossuficiente para avaliar determinados componentes cognitivos. Para que um teste neuropsicológico seja considerado bom, são necessárias algumas características, tais como, delineamento claro, objetivo do instrumento, tempo, foco de aplicação, nível de formalidade, conhecimento teórico, domínio das relações de associação e dissociação cognitivas em busca de um perfil neuropsicológico do paciente, planejamento de estudos, condução de estudos clínicos, entre outros.
A interpretação dos resultados obtidos em testes neuropsicológicos recebe influência de múltiplas fontes que originam os conhecimentos e modelos teórico-metodológicos da neuropsicologia. Dessa forma, a observação do comportamento do individuo, habilidades cognitivas na realização das tarefas, substratos neurais do comportamento, entrevista, tarefas clinicas não padronizadas são alguns aspectos auxiliares que devem ser analisados para a interpretação de resultados em testes neuropsicológicos. A avaliação neuropsicológica tem se mostrado de valor fundamental no auxilio ao trabalho de vários profissionais e serviços, médicos ou não médicos, seja no contexto prático de consultório, hospital ou outro.
A avaliação neuropsicológica é feita por um psicólogo especialista em neuropsicologia, podendo atuar com crianças, adolescentes, adultos e idosos. Para crianças e adolescentes a indicação deve ser feita quando seu comportamento natural sofre algumas alterações na:
Fala
Dificuldade de Comunicação
Concentração/Hiperatividade
Interação Social
Dificuldade de Aprendizagem
Cognição
Agressividade
Rebaixamento na Autoestima
Transtorno de Humor
Dentre outros Construtos
No caso dos adultos e idosos a avaliação neuropsicológica é indicada em casos de:
Perda de Memória
Traumatismo Craniano
Acidente Vascular Cerebral com sequelas (AVC)
Alzheimer
Problemas Cognitivos atribuídos a problemas de saúde mental
Demências
Dentre outros tipos de Doenças
Como já mencionado acima, a neuropsicologia é considerada uma ciência, que se compromete por meio de avaliação complexa, identificar as habilidades cognitivas, que são a atenção, linguagem, memória, percepção visual e outras funções executivas, se conferem com aquilo que é esperado para determinada faixa etária ou se elas estão apresentando algum prejuízo além do esperado para idade do paciente, a qual interfere na vida cotidiana do individuo, além de auxiliar no direcionamento da reabilitação ao fornecer dados sobre as áreas deficitárias, quanto as habilidades preservadas. É importante destacar neste texto que o profissional da neuropsicologia, o neuropsicólogo, trabalha de forma integrada a outros profissionais, uma vez que a abordagem multidisciplinar faz-se necessária para abordar todos os aspectos de uma patologia cerebral.
Avaliação Neuropsicológica, para que serve?
